quinta-feira, 21 de julho de 2011

O Despertar



Manhã de Domingo.

Hoje as coisas estão diferentes, você sorriu pela manhã e foi gentil, eu vi seu sorriso se perder no infindo céu que seus olhos miravam cheios de ladrilhos da luz da manhã, sua voz soou como um veludo rosa e macio.
Seus ombros estavam perfumados quando você me abraçou e depois de muitos anos você me disse "Eu te amo". E eu pensei que novos rumos seguia o seu coração?
A manhã vibrava pela janela, era domingo e todos dormiam até mais tarde, lá fora só o barulho dos pássaros, poucos, mas eles estavam lá cantando a sinfonia do sol. Nenhum vento soprava, nenhum carro passava na rua, a música da manhã de domingo era o silêncio, a calmaria era palco para a sua luz, e comecei a amá-la novamente. Senti vontade de acompanhar seus passos enquanto rodopiava pela cozinha com seu copo de leite, cantarolando algo num volume quase imperceptível, só um murmúrio.
Os raios de sol eram reluzidos nos azulejos e nas grades da janela... grade. Um louco pensamento passou pela minha mente: um pássaro aprisionado canta até sua morte para o horizonte que não lhe pertence, enquanto um gato aprisionado agita-se, ferozmente defende-se e com suas garras prende a face de seu ameaçador, nasce o sangue e escorre pela pele do rosto.
Volto meus pensamentos para você, eu lhe olho e sua imagem se distancia enquanto seus pés descalços circulam dançantes e envolventes, o domingo vai tomando forma, lá fora já se ouvem as crianças rindo, na casa ao lado a mãe esta pondo o café na mesa, ouço o pai espreguiçando, as crianças correm de chinelos para a frente da televisão.
Você encosta-se à mesa e espedaçando em pequeninos pedaços o pão com os dedos, você saboreia como se provasse ambrosia.
Deus..., esta noite sonhei que vi Deus, ele segurava minhas mãos e ninfas dançavam ao meu redor, elas voavam como você parecia voar, a noite foi quente e acho que tive febre. Pensei ter visto sua mão enxugando meu suor, sua respiração quente estava no meu rosto. Não! Acho que sonhei tudo aquilo! Ou não acho que sonhei. Tive a impressão de ter visto olhos de uma coruja na janela do quarto, a noite estava quente e no meu sonho você trazia uma bacia cheia de água para fazer compressas em minha testa, seus olhos lacrimejavam e você pedia para que eu não ouvisse a canção das ninfas e nem tirasse os olhos dos seus, você estava chorando, você pedia para que Deus não me levasse agora, não, não naquele momento, por fim você sussurrou e pediu-me ao ouvido: "não vá".


O Lugar dos Sonhos.

Eu caminhava por uma casa escura cheia de cantos, sentia o cheiro de sangue e ouvia um choro, porém, distante de onde eu pudesse estar. Andei quase em círculos, na sensação de caminhar por corredores e cômodos intermináveis pela casa perseguindo o choro, andei entre as paredes velhas feito o caminho de um labirinto grego, as portas se abriam para meus passos e a noite cantava com o soprar do vento uma melodia apavorante. Sentia muito frio, porém o suor quente escorria em minhas costas incessantemente. Ao desbravar um longo e funesto corredor, cheio de musgo nas paredes rachadas, onde também havia um carpete manchado ao chão e rasgado por algo que me pareceram garras, eu ouvi o cantar, o gorjeio da coruja em minha mente. Tive medo como uma criança apavorada. Pude sentir espinhos cortando meu ventre e o frio na espinha gelar cada osso de meu corpo, o corredor se prolongava infinitamente. Por mais que eu corresse as cenas se repetiam ao meu redor. Não seguia direção alguma, direita ou esquerda, norte ou sul, para onde eu olhasse ambas as direções eram extremamente iguais. Eu era dominado pela nítida sensação de não haver saída. O choro continuava em algum lugar perdido, e talvez, só talvez, não tão perdido quanto eu.
E quando foi que eu vi Deus? Em algum lugar entre meu louco desespero e seu rosto, eu acho...
A escuridão aumentou e se pôs a sufocar-me. Minha visão turvou e naquele momento as ninfas chegaram até mim. Com seus flancos cálidos e grandes asas, com a voz das sereias e a melodia do céu, tudo se apagou por completo quando, finalmente, veio a clarear minha visão o brilho letárgico da Lua. A paisagem vindoura doutra coisa não poderia ser que feita do que de sonho.
Quando a calmaria tomava forma, e meu corpo parecia acalmar-se, um novo calor começava a encher meu peito, sua voz voltava a mim vinda do céu, tive um sopro de esperança no peito, algo que de dentro da escuridão de meus sonhos mais profundos renascia, surgia do ébano em que eu vivia mergulhado, da indiferença dos meus dias, eu havia me tornado um observador que assiste complacente sua vida passar feito um filme do qual nenhum clímax é aguardado, eu via como vê um soldado cansado de lutar, todos os seus esforços serem desnecessários, quando sua medíocre existência torna-se um fato tão verdadeiro e repulsivo, mas que como um verme se agarra a seu ultimo fio de vida, de uma maneira ou de outra, não tem coragem de morrer e nem vontade para seguir, aguardei uma sensação daquele porte por muitos anos, e não é que ela veio-me em um sonho?
Pois em fim, quando a calmaria começava a tomar conta de minha noite eis que surge como um furacão, como uma tempestade em alto mar, balançando meus alicerces e dominando minha direção, a gritar em meu peito uma dor tão forte e devastadora, minha garganta rasgava-se amarga, estava cheio de angustia de um momento para o outro, o que eu via e ouvia teria a ver com a casa onde estive alojado, vi a face sombria da casa se erguendo majestosamente por trás de uma colina. O canto das ninfas se afastava cada vez mais de meus ouvidos, a visão turvou mais uma vez e quando pensei que estaria caindo num desmaiou súbito algo me fazia caminhar para a mesma direção da qual creio ter fugido por tão dificultoso caminho.
Como se tratou de um pesadelo, grande parte, talvez a parte mais excitante da história, tenha ficado perdida no meu inconsciente louco e quase desumano (um bom tanto devido à letargia).
Fui, pois o choro voltava a chamar-me e eu não poderia abandonar, não, não agora.
Atravessei a passos largos a desnuda floresta desprovida de luz, bosque que, ao notar minha passagem as pressas por seu interior sombrio, irou-se de minha pressa e fez soprar sua ira em ventania para tentar impedir meu andar deveras corajoso perante a imensidão de suas negras nuvens de galhos cecos, quebradiços e ásperos. Veio a roçar em meu rosto primeiro algo que muito me pareceu um lábio cruel e peçonhento, asqueroso, escorregando sobre meu corpo como uma pele escamosa e fria. Senti um forte nojo tão tremendo que náuseas reviravam-se com furor em meu estômago, esfriando-me a espinha e gelando-me o sangue. Meus pés se afundavam em alguma espécie de lodo negro, o farfalhar das árvores assobiava meu nome com uma espécie de voz metálica estridente. Reverberava em meu peito a sensação mais angustiante de toda minha vida, lembro-me de ter posto a mão no coração e não senti-lo bater, num momento de desespero total parei e coloquei o pulso a frente das narinas, nenhum ar saia ou entrava em meu corpo.
O que me fez voltar a mim e desvencilhar-me daqueles tentáculos deveras tenebroso, foi o choro angustiante que me deu forças para retomar meu caminho e ir buscar sua fonte penetrada em minha mente cheia de angústia dos sonhos mortos dantes vindouros.


Minhas Perdições

Segui incansavelmente, quase a arrastar-me, por entre a floresta (peço perdão aos meus mais profundos credos e sentimentos de fé, que me voltam a florescer como margaridas após décadas de truculentos invernos, pois tenho medo de nesse tentar dar cronologia ao sonho eu possa vir a maculá-lo e com ele aqueles seres nos quais deposito minhas crenças) quando previa um fracasso tremendo, dançando acima de mim as ninfas voltavam à sua melodia, belas, eu não as odiava, as temia um pouco, mas odiar, não poderia chegar a este ponto, dotadas de uma beleza sem igual, podendo ser tão lascivas e puras como nenhuma imaginação sonhou pensar, nenhuma imaginação humana é claro! Elas queriam me mostrar alguma verdade, mas eu não queria enxergar, e por mais que a curiosidade me incitasse e a dor, e certa excitação demoníaca, me fizesse pender a cabeça, num murmúrio de sufocante misericórdia eu continuei. E não cedi somente devido aquele choro que me causava ainda mais dor do que as dores que as provações me faziam passar. Mas enquanto as ninfas dançavam ao meu redor, o cheiro podre, a ânsia, aquele lábio peçonhento roçando no meu rosto, tudo continuava, e o escuro era cada vez mais denso.
Arrastei-me ainda por aquele ébano durante horas a fio, e quanto mais eu me demorava em minha jornada mais angustiante ficava o choro.
Quando a luz da lua voltou a pairar sobre mim e sobre a mata, vi tentáculos como de grandes lulas se desligando de meu corpo num deslize causando-me maiores náuseas, quis vomitar os meus órgãos um a um. O horror dominava a minha visão. O caminho que deveria me guiar colina acima era construído por esqueletos, muitos ainda conservavam vestes e cabelos, o cheiro podre era provido de dejetos de carne que ainda não estavam totalmente decompostos. Forçando os olhos, me era possível ver vermes ainda corroendo e dançando pelo pútrido cenário, as luzes do casarão piscavam falhas descobrindo a cada instante um novo olhar para um canto putrefato entre o balouçar das árvores naquele canto mórbido que gritava a noite. Por entre aquele absurdo de turvações ouvi o piar de uma coruja, busquei-a arduamente com o olhar, a desgraçada mirava em meus olhos do telhado daquela casa maldita.
Pensei em desistir, quis voltar, deixar-me levar pela musicalidade das ninfas, mas era impossível, por mais fácil que fosse fazer o caminho de volta eu não queria ver luz alguma.
Enraizando meus pés no chão úmido e frio eu retornava meu caminho para o antro de minhas perdições. Macular minha alma naquele sofrer ingrato. Os céus se colocavam a rir de mim, malditos, desgraçados, nuvens vinham se arrebentando cada vez mais sobre a casa entre raios, e sobre o telhado, entre as cinzentas nuvens, rostos cadavéricos e esqueléticos formavam-se. Riam incansavelmente entre os trovões, mas não havia chuva. Devasta aparição de um pesadelo.
Desesperado, eu reuni as forças que já não acreditava mais possuir, estava quase louco e foi o olhar penetrante da coruja que me fez seguir furiosamente. Ela me desafiava. Várias vezes escorreguei em braços dos cadáveres para posteriormente agarrar-me em algum outro dejeto. Nada me importava mais, só precisava encontrar aquele choro. Sei que parece estranho, mas num sonho tudo é real e eu perseguia aquele choro como se lutasse por minha própria vida: Instinto.
Quando obtive êxito chegando ao topo da maldita colina, olhei para baixo tentando trazer de volta meu equilíbrio. O bosque do qual eu fugira, na verdade, era uma parte de uma grande floresta que me pareceu muito mais perigosa do que qualquer coisa que eu tivesse visto ou sentido, perderia a conta ao tentar medir a densidade do pântano, a quantidade de corpos, os tentáculos pegajosos, ou as tantas árvores decrépitas e seus outros espinhos muito provavelmente venenosos de suas rosas negras – sob ainda o orvalho cintilante e quase angelical. Assim, voltei-me para frente da casa.
Ao agarrar-se à vida sobre qualquer pesar e passando por cima de tudo que queira lhe impedir nem sempre a sensação ou o resultado é inicialmente satisfatório.
Como sou um ser humano limitado e incapaz de realizar ou descrever a maior parte do que penso, quem dirá do que sonho, assim me conformo em tentar inutilmente trazer alguns poucos vestígios à luz .
Uma claridade surgiu por detrás da casa e cegou minha visão, de olhos exprimidos e lutando contra a luz entrei novamente na casa.
Ah, eu gostaria agora de ser um Anjo e falar mil línguas para achar numa palavra o que vi e o que senti. Nego-me ferrenhamente a acreditar que minha mente superficial e falha seja a única responsável pelas criaturas bestiais que residiam naquelas salas e corredores, talvez se eu fosse um gênio e minha mente estivesse acima dos outros mortais eu acreditasse que tudo não passou de imagens criadas pelo meu subconsciente e libertadas naquele instante. Se eu fosse um louco, eu poderia crer que nenhuma razão realmente é o elemento necessário para dar luz a tantos demônios. Queria também poder crer que estive entre a vida e a morte, e eu escolhi viver, mas sou completamente leigo a tudo que diz respeito à vida no "além", assim como não possuo nenhum conhecimento sobre qualquer religião ou doutrina que me viesse a provar esta ou aquela parte de meu devaneio concebido.
De qualquer modo, é possível descer além do desespero? Eu já não raciocinava mais, não era ao menos instinto, impulsos bestiais, e apenas uma ajuda eu obtive: a coruja. Irônico, o ser que achei guiar-me para a perdição trouxe luz para minha jornada. Ela levou-me rapidamente pelo meu pesadelo e mostrou-me portas que estavam escondidas nas sombras e curvas. Havia sido tomado apenas pela adrenalina.


À Vida

Bom, neste momento acho que nem é mais necessário descrever quem chorava. Voltei por ela, sai triunfante, sangrando, arrastando uma das pernas e com dores que atravessam a barreira do sonho e que, enquanto estou sentado aqui, à mesa do café, ainda sinto as pontadas e pequenas convulsões, mas sai triunfante com minha mulher ao colo. Mais lívida e encantadora que qualquer ninfa luxuriosa e mais forte em sua doçura que qualquer tentáculo escroto.
Feito pássaro aprisionado ela cantou em choro, e eu como um felino debulhei-me em um luta feroz.
Creio que minha esposa possa ter passado realmente a noite ao meu lado fazendo-me as compressas e talvez mergulhada em choro, mas não ousarei perguntar nada sobre o que aconteceu, quero crer e quero que ela acredite que não me lembro de nada e que ela voltou para mim pelo o impulso do simples frescor da manhã de domingo. E pode agora dançar descalça nessa sua valsa de ter voltado a me amar.
Quando acordei, ela estava adormecida ao meu lado com um dos braços sobre meu peito apertando firmemente a blusa de meu pijama, parecia cansada, mas seu rosto estava lívido e cheio de luz, sua boca semi-aberta respirava profundamente e seu peito enchia-se com o ar que ela respirava enquanto recostava a face em minha nuca e seus cabelos espalhavam-se bagunçados pelo travesseiro. Mesmo com todo mal estar que sentia e mesmo que isto pareça por de mais um clichê, eu me senti feliz. Quanto a meu sonho, a última visão que tive foi daquela luz forte, translúcida cheia de vultos brancos flutuantes. Onde eu a encontrei, bela como jamais tinha estado e apaixonada como foi (e como eu fui) a muitos anos atrás.
Mas chega! Eu sou incapaz de descrever aquilo que em algum lugar de minha quase perturbada mente acho ser Deus. E sendo que também me afastei dele, e só agora eu quis voltar.
Estranho a vida recomeçar em uma manhã de domingo...
E enquanto lhe observo diverti-se com o degustar de seu pão e leite, eu queria poder lhe falar como agradeço você estar comigo, como sou grato por você ter permanecido ao meu lado todos estes anos e ainda ser tão solicita e descobrir-se apaixonada por mim. E mesmo se não for verdade que estive quase a desfalecer, mesmo que luta nenhuma eu tenha travado para voltar, eu gostaria que você soubesse que foi apenas porque você murmurou-me: "não vá." que eu despertei esta manhã.


* Imagem: Obra de Rene Magritte.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Corvo



As penas pretas, algumas ficam.
Como as voltas do relógio, o ponteiro da vida insiste em revisitar situações.
Me impede.
Sou fraca.
Insisto, continuo insistindo, mas o rio não corre livre seu percurso, ele seca, mingua.
Aguarda sempre a próxima chuva para se renovar.
Seus olhos me encaram.
Quando não me falta o corpo, me falta a mente.
Esvazio.
Carrega-me ao enfrentamento com seu olhar.
Entra em erupção o sangue por baixo das cicatrizes.
Faltam meios para a boca cuspir as palavras e forças nas pernas
pra subir os degraus no caminho.
O vento vem e me arrasta.
Me acompanha o corvo.
As folhas do outono são as poucas cores perante a frágil e débil iluminação da lua.
Eu não me reconheço,
mas reconheço o estado cataléptico no qual me encontro inerte.
Vazio preenchido de negror.
Ah, querido corvo que me tráz à mente a consciencia.
Poderia então levá-la?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Desafio Leitura Nacional



A Beronique do blog brisanoturna.blogspot.com/ me passou esse selo que vem junto com um desafio: um joguinho de perguntas e respostas. Uhn... será que dou conta?
Mas antes: o selo vem do site/blog www.fernandameireles.com/ que é cheio de resenhas e promoções, um daqueles endereços na internet que você precisa passar sempre. Quer saber mais sobre o desafio, acesse lançamento do desafio leitura nacional.
Quanto ao próprio?
Vamos a ele.

1 - Quantos livros nacionais há na sua estante?
Ainda estou começando. No total são 23.

- Kaori – Perfume de Vampira (Giulia Moon)
- Lázarus (Georgette Silen)
- Aos Olhos da Morte (M.D. Amado)
- Fúria Lupina – Brasil (Alfer Medeiros)
- Extraneus I – Medieval – Sci-Fi (vários autores)
- Extraneus II – Quase Inocentes (vários autores)
- Histórias Fantásticas I (vários autores)
- À Sombra do Corvo (vários autores)
- Vapor Punk (vários autores)
- Trevas de Marfim (Adolph Kliemann)
- Poe 200 anos (vários autores)
- Cyber Brasiliana (Richard Diegues)
- Bento
- Vampiro Rei I
- Vampiro rei II
- Angustia de Fausto (Paula Mastroberti)
- A Dama Escarlate - A Emissária da Morte (Leandro Zerbinatti)
- Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto
- Os Melhores Poemas de Vinicius de Moraes (Vinicius de Moraes)
- Vidas Secas (Graciliano Ramos)
Infantil
- Um Cadáver Ouve Rádio (Marcos Rey)
- Office-boy em Apuros (Bosco Brasil)
- Xisto e o Pássaro Cósmico (Lúcia Machado de Almeida)

2 - Quando e qual foi o último livro nacional que você comprou?
Foram três livros de uma vez em 19 de março de 2011. Evento de lançamento em parceria da Editora Estronho e da Tarja Editorial, dos livros “Extraneus Vol II” e “A Situação”. Foram os seguinte:

- Poe 200 anos (vários autores)
- Cyber Brasiliana (Richard Diegues)
- Extraneus II – Quase Inocentes (vários autores)

3 - O que achou dele?
Lido: Extraneus II – Quase Inocentes.
Um livro de contos incríveis e marcantes.
( resenha no meu outro blog: carolinamancini.blogspot.com )

Lendo: Poe 200 anos (vários autores)
Por enquanto posso dizer que é um livro cheio de surpresas.

4 - Entre os nacionais que já leu, de qual menos gostou e qual mais te surpreendeu?
Definitivamente (muitos quererão me apedrejar), foi “A Hora da Estrela” de Clarice Lispector. Sei da importância dessa escritora, porém, eu definitivamente não entendo seu grau de subjetividade. Não há muito o que falar sobre ele, a não ser o fenômeno que acontece com autores do mundo todo, onde críticos acabam super valorizando um trabalho que é extremamente simples.
Agora, o que mais gostei é sempre difícil dizer, porque gosto de diferentes livros pelos mais diferentes motivos...
Eu não ia responder essa parte do questionário, porém, me veio algo em mente quando respondia a pergunta logo abaixo dessa, e a grande realidade que esse desafio apresenta, se é pra divulgar e falar bem de alguém que este alguém esteja na ativa não é mesmo? E sei que tanto Augusto dos Anjos, quanto, Álvares de Azevedo, me compreenderam (hehe - o que fazer com essas manias de msn?... enfim). Sendo assim. “Kaori – Perfume de Vampira” é fabuloso, surpreendente, sedutor e cruel. Uma grande aventura, uma grande história de amor, de perfeitas ambientações, muito bom mesmo.

5 - O que acha que falta aos autores nacionais para que a barreira do preconceito dos leitores seja vencida?
Tenho visto muita disposição nos autores nacionais em trabalhar melhor no quesito divulgação, mas a grande barreira não é nem de longe uma incompetência dos escritores, e sim, um enrome abismo que existe com o grande público feito principalmente pela mídia que faz acreditar que toda gama de escritores nacionais sãos aqueles que estudamos na escola (tanto os bons, os ruins, os medianos e os aproveitadores, mas não vou falar muito disso pois geraria uma longa discussão). O que realmente importa é que os autores já estão trabalhando, não estão só falando ou reclamando, estão (estamos porque essa é uma batalha de todos os apreciadores de literatura nacional) pegando pra si a tarefa da valorização e divulgação a fim de ganhar mais prateleiras nas livrarias e nas casas.

6 - Cite 3 (ou mais) livros nacionais que espera ler em breve.
Fora os que comprei e ainda estou lendo, pois leio mais de um por vez?(rss). Vejamos:
“Fúria Lupina - América Central”, de Alfer Medeiros (que ainda não saiu)
“A Guardiã da Memória”, de Gerson Lodi-Ribeiro.
“Insanas... Elas Matam”, “Deus ex Machina”, “Cursed City” (e muitas outras coletâneas da Estronho que ainda irão sair.)
E vou parar por aqui porque a lista mental não acaba mais...

7 - Indique 5 blogs para este desafio.
Adolph Kliemann - Adolph Kliemann
Serael de Solaris - Serael de Solaris
Artigo000 - Caio S.C.
A Estante Mágica - Ana Lúcia Merege

Para finalizar, agradeço a Beronique pelo selinho e à Fernanda Meireles pelo trabalho e incentivo.








quinta-feira, 7 de abril de 2011

Anônimos



Como sangra
O corte
Castiga
Fustiga meu norte.

Sorrio/minto
Atrás do escuro
Que eu sinto
E não curo.

Não chama
Desabilita a voz.
Re-clama
Caminho atroz.

Faltam
Sinônimos
Saltam
Anônimos.

Acabam frases
Intimidam-se
Frente aos ases
Caminham se...

...forem jogados
Ao mar
Calados.
Pra navegar.

Porque grita
Muda a dor
Que imita
Prisma-explendor.

Falha e finda
Se insinua
Cisma ainda
Continua.


*Imagem: Pintura de Van Gogh



quarta-feira, 23 de março de 2011

Nauta


Nauta que em pleno mar toca tua cítara,
diferente de tudo que dantes vi nos echos
da fleuma, teu semblante furor imita
a embriaguês e mistério dos arabescos.

Neste mar no qual eu submerso rés
Murmurei pra ti um verso dos ‘santa-lúcia’
Apenas para criar um lied nas marés
Na ânsia de diminuir o vácuo que vem pela angústia.

Não existem caminhos certeiros, nem errados.
Todos são passagens que a tempestade enleia
Mas eu permaneço sempre seguindo em nados.
As truculentas passagens que o desejo norteia.

A nota do meu canto harmoniza o uivo da ventania
Se as palavras o tempo destrói, Poseidon, a me guiar,
brame e aumenta meu sopro de vida e calmaria.
Aceno e sorrio. Sempre há caminhos pelo mar.

A vida já nos contou tantas histórias assombrosas.
E dentre estás marcas e sorriso dos caminhos
Já criaram tantas bussolas aleivosas
Que hoje caminhos são feitos sozinhos.

Nauta, tu segues ao leme tua cruzada junto ao mar,
visto que teu sorriso é o farol que abre a bruma.
Eu conheço bem as profundezas e não ei de me afogar.
Mesmo que eu permaneça alguns dias sem ser tua.

A transparência das águas
guardam mistérios que os anjos não vêem.
E perdido o canto da serei nas ondas.
A dor também desaparece no céu.

Os anjos apontam flechas no mar
Pairando com suas asas abaixo das nuvens.
Ouvem então a canção da sereia
e caem embriagados nos corais.

Porque nem sempre, Anjos são anjos

terça-feira, 22 de março de 2011

Então vamos lá... Uma postagem diferente.

Faz um tempo tinha visto que certos blogs tem alguns ou muitos selos, que são distribuídos de diferentes formas, por diferentes motivos, e pelos mais diferentes usuários de blogs.

 
Eis que meu amigo de aventuras literárias (ou desventuras, quem sabe) colocou este blog em sua lista, como sugere uma das regras do selo Stylish Blogger Award (Prêmio Blogueiro Elegante) rss, nem tanto acho.


Uma das regras é falar sobre o amigo blogueiro que lhe enviou o selo, assim sendo...
Yvis Tomazini e suas aventuras literárias segundo ele mesmo:
Tem o conto 'O Segredo da Água' publicado na antologia 'Jogos Criminais' (Andross), aguarda ansiosamente o lançamento de outro conto 'Só o Dinheiro dos Mortos' na antologia 'Cursed City - Onde As Almas Não têm Valor' (Estronho) e ficou em 2º lugar no Prêmio Literário Profº Mario Carajabal de Poesias - Concurso Nacional da ALB/SC. Atualmente trabalha na fase final de seu primeiro romance. (e eu sei de coisas e não vou falar rss).
Além disse, seu blog promete bastante:

Próximo passo (e um bem difícil) é divulgar 15 blogs (aiaiai, 15??????) literários e comentar nesses respectivos blogs com link para essa postagem (coisa que o senhor Yvis não fez no meu blog aqui!!! Mas deixemos os puxões de orelha pra lá, porque vai que eu também não faça não é mesmo?)
Oh, Gott. Wie schwer es ist!

São eles:
A Sombra da Lua
Palavra Extinta
Eclipse
Suzy M. Hekamiah
Adolph Kliemann
Furia Lupina
Poesia da Alma Obscura
ARS Poética
Fiel do Fel
Edgar Souza Poemas

Não literários, mas extremamente recomendados:
Prof. Ronaldo Mathias
(sobre política, sociedade e etc)

Blog do Warde
(sobre teatro e muita informação sobre arte)

Bom, e paro por aqui.

Passada essa parte árdua, é necessário falar sete coisas sobre mim ¬¬
Esse blog tem por premissa ter só textos fictícios (ou que pareçam fictícios), porém, será falta de educação não acatar a sugestão tão gentil do Sr. Yvis, sendo assim:

- Amo a cidade de São Paulo.
- Todos os dias que pego metro ou trem quero deixar a cidade de São Paulo.
- Gosto de café, coca-cola, leite, vinho barato e cerveja cara.
- Escrevo porque preciso, faço teatro porque preciso, desenho porque preciso, e por enquanto nada disso paga minhas contas.
- Sou muito racional, mas choro por coisas bonitas.
- Fiz doze cirurgias.
- Amo meus amigos e me desdobro em milhares por eles, mas tenho só um amor.


Bom, é isso, tarefa realizada.
Espero que apreciem os blogs indicados.

Aufwiedersehen

sexta-feira, 11 de março de 2011

Asas



Eu sinto:
Diante a memória infinitos rabiscos da mente cansada e só.
Bateu na janela da minha alma o vestígio do vento do seu sorriso, e deste lume que é seu arfar nas tardes amareladas, eu tentei enxergar meu caminho.

No despencar da noite me fugiu, da razão e destes olhos cansados, as fachadas e as ruas, tudo que antes reluzia calmo e quieto, tornou-se pântano incerto.
Mas amanheceu, e novamente Apolo me toma no colo, e o que vejo é a vida de volta às minhas mãos.
E o vento que bate nessa manhã em meu rosto, é o vento do recomeço e das memórias rudes adormecidas.

Eu vejo:
Páginas amareladas, fotos velhas, os livros tem algumas pontas dobradas.
Uma boneca vestida de branco, um incensário, uma caveira. Alguns cadernos, uma máscara, cd’s, um grande espelho.Um travesseiro, o vento lá fora, o outono e um sorriso.
E se eu pudesse escolher, me recolheria dos céus em um colo lascivo.

Se eu tenho asas? Apenas não me confunda com um anjo... Definitivamente.


Imagem: Pintura de Claude Monet
Impressionismo

Monocórdio



 O som monocórdio por ti jogado pelo regato da lembrança,
Não me sai da memória, e sim, me fustiga de assalto.
E do lied rouco o teu olhar violento me pede esperança –
Pálido nauta que surge da nevoa a brincar no mar alto.

Silencia na luz barroca da madrugada célere a chuva
forte, que nos impede de partir mais cedo. E ainda trame
contra nossos desejos de solidão esta dionisíaca noite turva!
Onde pedes que eu cuide deste cerne que dimana teu sangue.



Imagem:
Peace - Burial at Sea: 1842 de William Turner

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Nihil V



- Gabi?
- Sim Bia.
- Você lembra daquela música que a gente cantava quando criança?
- Sim, claro.
- Ela começava assim...

Está abafado agora. Bem abafado.
Curioso porque quase todo tempo a sensação que se tem é de não haver clima. Não chove, não faz frio e também não venta nenhum assobio do tempo.
Normalmente só existe a neblina, sem nada o que ver e nada o que sentir.
Às vezes fico pensando se todos que estão escondidos em suas casas escrevem para si ou se ficam simplesmente olhando o teto, as janelas fechadas e os móveis vazios.
Talvez outros como eu tenham alguns dos seus para dividir a dor.
Ou talvez eu seja a única que não tem ninguém por eu ser a única em qualquer parte.

- Canta comigo, vai. Era tão divertido. A gente segurava as mãos uma de frente para o outro com os braços cruzados, isso, desse jeito, e no três a gente girava e...

Eu fico aqui tentando lembrar como tudo isso começou.
Não lembro se primeiro vieram as doenças ou as bombas.
Mas acho que o começo mesmo foi quando todos os animais nos abandonaram. Gatos, cachorros, pássaros...
Os que não fugiram morreram.
A água foi envenenada, disso eu lembro bem.
Lembro do Pedro quando saiu daquela caixa d’água onde a gente costumava tomar banho em dias quentes. Sua pele parecia descolar do corpo.
Seus olhos cheios de sangue imploravam por ajuda.
Ele não conseguiu gritar.

- Vai, não para de rodar.
- Eu não estou parando.
- Esta sim, sua molenga. Sempre foi molenga. Quando a gente era criança você não agüentava e era a primeira a cair
- Vai. Continua cantando...

Ah, Bia. Às vezes tenho a impressão de que se eu abrir a porta posso encontrar com a gente ainda criança brincando de amarelinha na rua.
E às vezes acho que você esta aí fora.
Doente esperando que eu cuide de você. Ai fora que é dentro dessa nevoa.
Mas não tenho coragem de sair.
Não tenho esperanças suficientes para acreditar que você, minha melhor amiga, esta viva em algum lugar.
Ah! Como eu sinto a sua falta.

- Haha. E sempre acabava assim lembra? Com as duas caídas no chão. Isso quando não quebrávamos nada antes.
-Verdade Bia. E meus pais ficavam furiosos. Te mandavam embora e me deixavam de castigo... E seus pais, o que faziam?
- Eles não olhavam direito pra mim.
- E agora?
- E agora o que?
- O que fazemos?
- Hora de fazer você morrer de cócegas.

O silêncio é sempre tão sepulcral aqui.
E aquela sensação de abafado esta mais clara agora.
Não é o tempo que está abafado, é a minha angústia que me tira o ar.
Foi sempre você que em qualquer tempo vinha até mim.
Me tirava do chão e curava as minhas feridas. E nunca o contrario. Nunca.
E eu ainda espero que você venha abrir essa porta.
Tenho racionado meu alimento comendo cada vez menos esperando você chegar.
Mas preciso dizer que todas as coisas gostosas acabaram.
Tudo agora tem o inóspito gosto de pó. Pó de solidão e velhice precoce como o meu coração seco.
E não importam quantas lágrimas eu chore inundando meu peito. Ele continua a ressecar.

- Ainda se lembra daquele dia no armário?
- É claro que lembro.
- Você sempre faz isso Bia.
- Isso o que Gabi?
- Me pega desprevenida.
- É que eu adoro o gosto de surpresa na sua boca.

Eu me alimento com suas lembranças como uma viciada em morfina. Preciso delas para superar a dor, esse medo.
Mas continuo vivendo, por desejar mais que tudo que você volte mais uma vez para me salvar. E me ajude a lembrar daquela música que cantávamos quando ainda éramos crianças e já não lembro mais.


 Às minhas amigas L, J e A.


Imagem:René Magritte - Madame Récamier de David

Minha Estátua.



Eram teus flancos pálidos, de gentis curvas
Minha estátua de gesso! Em prazerosa fúria
Que bailavam cálidos (e a visão ainda me turva)
Por entre as sombras da luxúria.

E posso eu ainda te esquecer?
Aquela magnífica imagem da luz
Fulgurante que vinha me aquecer.
Como não cultivar o que me conduz?

Sob o céu das trevas, tu rias morta de amor -
Toda’quela magia ainda me seduz -
Como não pensar em beber o calor
Do seio alvo teu, quem em desejo me pus?

Ofegante, de tua doce feroz boca vinha o suspirar.
Qu’eu noite após noite em ansiedade tenebrosa
Maculei-te, só por pensar em me deitar
Sobre tua pálida e sensual pele formosa.

Por não alcançar-te além do sonho da cova
Derramo meu sangue – Oh, doce feiticeira.
E enveneno-me sobre tua eterna e pútrida alcova.
Entregando-me a solidão como ao vento se vai fina areia.

Tudo, pois te vi em negro vestido e véu
Carregada em teu caixão da madeira de cedros,
E trancada solitária, após simples reza, neste gentil mausoléu,
Que me permite jazer aqui, entre flores e arvoredos.

Oh, tua estatua perfeita de olhos e belos cabelos
Castanhos como esta terra que te cobre feito manto.
Oh, funesta deusa, por que a mim apareceste pelos
Ventos frios e úmidos como se mostra meu pranto?

Por que banhaste-me com o orvalhar da alma tua,
De forte aura e semblante sério, mas cheio de amor?
Por que mostrastes aquelas alvas mãos tuas
Colocadas sobre teu colo só pra eu sentir tua dor?

Enfeitiçado pela fria magia funesta que tu cantaras,
Eu sozinho me deixo morrer na frente de teu escuro lar,
Por causa da dança que – eu juro – tu dançaras
E embriagaste-me neste som sutil e horroroso de folhas a farfalhar.

É este soprar dos ventos que me atormenta.
Ah, perfeita deusa do negror de meu pesar.
Graças a ti meu sangue se esvai de forma lenta
E as asas da morte já vêm me buscar.

Sobre o perfume das flores encontrar-te devo!
Aguarde – eu choro ansioso – minha deusa – por beijar-te.
Quero breve reconhecer a cor de teus olhos e sentir teus relevos
Mesmo que seja com a alma, para não macular-te.

Em desvairada loucura ver, então, tua imagem.
Ah, como me encanta este escuro profundo – tu danças.
Meus olhos fechar-se vão diante de tua mensagem
Que canta numa melodia obscura de matança.

É, por ti, donzela, que rogo à carnificina do meu ser.
É por ti, meu amor pálido, que eu grito.
Seguirei por entre as baixas trevas de suicidas para ter
Teu verdadeiro semblante e eu deixar de ser aflito.

É por ti, alma lúgubre e cálida jazida
Que meus olhos se fecham, sem pensar
Em algo mais que ti, eternamente para vida,
Eu deixo tudo aqui e busco-te no meu sepultar.

Oh, minha bela e pútrida rainha n’alcova.
Vou a ti, feiticeira do amor, pela morte sobre teu peito.
Pois noites a fora visitou-me em sonhos e chamou-me a tua cova.
Eu morro, ah, meu tenebroso amor perfeito!

Vou a ti morrer: linda estatua de gesso branco.
Por ti jazer – fria e morta princesa.
Depois de tanto derramar sangue e pranto,
Humilho-me a ti, fúnebre moça, que és das trevas realeza.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Coisinha Maluca Chamada Amor


Um solo de guitarra dançante soa de dentro da casa, chove, mas esta quente.
Quente o bastante para gostar dos respingos da chuva no rosto trazidos pelo vento.
A lua brilha alto, maior que as nuvens, maior que eu.
Bem maior que eu.
Eu olho envolta a tento a tudo que pode acontecer, mas me divirto. Não preciso de esforço.
Olho para tudo, percebo tudo, mas nada me impede de “rock and roll”.
Quando ela não olha, eu aqui na varanda, paro sobre as patas traseiras e balanço as patas da frente como se eu tocasse a guitarra.
Sou o músico das caladas da madrugada, dos becos, botecos e da bateria da lata de lixo.
Depois do solo volta a cantar:

“I gotta be cool relax get hip!
Get on my track's
Take a back seat (…)”

A música continua embalando minha diversão. Meu rabo meche de um lado para o outro.
Eu não me sinto sozinho essa noite. Na verdade, eu nunca estou sozinho.
Sou uma parte da loucura que é ser filho da noite.
Meu pelo branco não me camufla, mas minhas manchas são meu charme.
É só eu chamar que minha garota estará lá.

“Until I'm ready (ready Freddie)
Crazy little thing called love”

A música continua, e eu balanço sempre mais.
A voz inconfundível, a melodia perfeita. Eu me divirto e canto.
Não é preciso estar apaixonado para se estar apaixonado.
E eu sou daquele tipo que sempre se apaixona, e me divirto.
Um típico boêmio incontrolável e conquistador.
Eu tenho tudo que preciso. A música continua comigo.
Rodando, rodando. É só o começo do meu embalo.
Meu embalo maluco onde toda noite é uma sexta feira à noite, até sextas feiras de chuva.
E eu continuarei dançando, balançando o rabo e cantando enquanto tiver música, ou até que ela venha até aqui, me pegue no colo e me faça carinho debaixo no pescoço.
Minha vida é essa, sinto muito por você amigo.
Yeah.

“This thing called love I must get round to it
I ain't ready
Crazy little thing called love”

A noite é todo meu pecado, e eu adoro esse ritmo.
Enlouqueço no balanço, a noite cada vez mais louca.
Yeah, eu não estou preparado, querida. Mas quem liga?
Minha “motorbike” é a vida, e eu tenho sete.