quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Existir em 12


Existe o tempo e sua medição precisa das horas e minutos, e existe o tempo preciso que fala por si mesmo e que só respeita sua vontade fazendo minutos em horas e horas em segundos.
Existe o vento que assobia melodias doces e amistosas, como também tempestades que nos devoram em sua sinfonia titânica, e o sol tênue ou feroz que nos deixa a seu bel prazer.
Existem os amores que nos deixam ao léu e os que nos aquecem no colo de um porto seguro para qualquer maré. E sempre existem as amizades.
Existe a falta, o desapego, o desassossego, a paixão, a vertigem, as ilusões. As utopias, as políticas, as demandas e quem comande. Existe a força, a ira, a revolta e – ainda bem que existem – as revoluções.
Existem os fazedores, as teorias, os teoremas, os paradigmas, as verdades absolutas e há quem não acredite e quem prefira não acreditar.
Existe um ser que não se encontra quando pensa, apenas quando sente e quando se entrega por completo ao que faz, e há quem se perca ao se entregar.
Existe o mar, a necessidade de navegar e há o saber navegar. E existe o oceano.
Existe o escuro da noite, o escuro do sono acolhedor e do pesadelo que quebra estruturas. O escuro da magia, do desconhecido, do irreconhecível, da cegueira e depressão.
Mas tudo existe no tempo, o tempo que pertence ao relógio, e nossa vida que pertence e existe no tempo. Tempo que não finda, mas se acaba, porém se renova e nos retorna como os ponteiros na dança cíclica de doze em doze.

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