sábado, 9 de junho de 2007

O Sentido.



É sentir na pele o vento frio,
Ver a verdade nos olhos de outrem,
Sentir que a luxuria tirou-lhe o brio.
Ver que só nas sombras há o além.

Ter medo de em cada passo pisar em falso.
E a adrenalina ferver-lhe a alma.
Com o sofrer prender-lhe em laço
Mórbido, onde se esvai a calma.

Jamais beijar o céu de amores,
Nunca vir a alcançar o sorriso,
Pois a tristeza lhe excita em louvores
E, da angustia vê sempre o riso.

E por mais loucos no correr em passos largos,
Não chega na ventura de feliz viver.
Só as lagrimas lhe acompanham com afagos.
De carinhoso, só tens, seu sofrer.

E ao correr deixa para traz,
Mais dor, mais medos, mais lágrimas.
E mais forte a solidão faz
Com que os prantos sejam dogmas
Para seu lamento voraz.

E assim vai ficar – chorar. Estar ai a sofrer.
Assim para sempre vai calar,
Vendo noutros olhos seu morrer.
Nesses olhos do funesto pesar.

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