sábado, 12 de maio de 2007

Cordel















Dê-me de tua sombra uma faísca,
Um lapso em teu passado.
Mistures esta dor em saliva, lasciva
Morta que eu me estendo ao lado
Deste teor de odor ao qual me sujo.
Venero o cheiro, neste néctar me aprofundo.
Acorrento-me a esperança de teu zelo.
E pelo o que mais prezo e desespero eu juro!
Proclamo à vista de meus demônios,
Ergo o orgulho, mas abaixo a cabeça aos anjos,
Que dentre meu canto, teu nome, permanece puro,
Mas mantêm sobre ti os olhos jônicos,
De carretéis e curvas que ti seguem.
Que meu jeito de sorrir é em preto e branco,
Já que meu choro só os espíritos percebem.
Assim, corda que sustenta meu fio pálido de vida
E pende o corpo a deitar ao chão,
Conta minha sina no barbante de cordel
Que a ti minha luz não passou em vão...
Apaga-se
Que meu jeito de sorrir é não sorrir ao léu.
E se me despeço...

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