terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ao Leito

Perdi as contas de quantas vezes tentei matar você em mim. Hoje sem forças, e de joelhos eu desisto de tudo. Sem forças, eu não me agarro em nada, tudo que passa diante meus olhos passa, e nada que o rio me trás eu tentarei alcançar. Se chover, da tempestade eu vou viver. Caso a ventania me levar pro sul, este será meu norte e nada eu vou prever. Se amanhecer, querido, vou fotografar na memória o roxo que nasce vagarosamente no horizonte, se vier com sol ou neblina, é desse dia que minha sina vai viver. Por que se eu morrer – ah, se eu morrer! – não vou ter comigo nenhum pesar a que recorrer, a não ser as barreiras que nunca de mim dependeram para serem vencidas. Por que, meu amigo, eu já perdi as contas... e as saídas

Um comentário:

  1. Realmente! perdi, a cada dia é essa constate luta dentro de mim. Só vc ...

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