sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Anátema




Uma mácula do apodrecimento.
A expulsão e o sofrimento.
A saudade e o medo não são mais inimigos.
Maldição, as dores e os castigos.
Um poema com meu sangue escrito.
Vinhos e lagrimas,
Tempestade lá fora regando minhas lástimas.
Expulsa!
Pelo portal dos sonhos,
Adentrei em meio às nevoas,
Trevas desta insignificância.
Devota do inferno do arrependimento.
Esta contido na minha vida um manuscrito.
Anátema, meu castigo.
Mácula da imperfeição.
De lúbrico a esconso
Ocultando o jovem ancião,
Que à mansão dos mortos me levou.
Anátema, cruel e perpétua,
Dissolvendo com gritos de dor, meu coração.
Berros solitários, gelando minha pele nua
Sendo cortada com facas flamejantes,
E o suicídio rindo de mim distante.
Anátema, maldade e matança;
Anátema, trevas à lealdade;
Anátema, louca desesperança;
Anátema, fim dos séculos...saudade;
Anátema, fim dos sonhos de crianças;
Anátema, mancha de sangue e sofrimento;
Anátema, sozinha, oh morte, eu te lamento;
Anátema...


Uma de minhas primeiras poesias, quando
 aos quatorze anos, me aventurava a escrever.

À noite



À noite,
Alguém sem nome faz uma enorme falta.
Alguém perdido talvez também se embebede desta melancolia.
Talvez toda nossa poesia seja apenas uma.
Rostos fúnebres.
Máscaras:
Para esconder minha vergonhosa face e meus impulsos,
Para revelar meu interior.
Nada faz sentido quando é dia.
Eu me perco.
Eu me camuflo, me escondo, me mordo, me esqueço.
Suicidei-me...
Agora tento me ressucitar.
Quero as portas do cemitério.
Morta neste abismo, me desça um gole do seu rum.
Fantasma, cante.
A décima segunda badalada que não chega.
Um colo no calabouço.
Suspira este ar gelado.
Envolve no silêncio de seu mausoléu...
Voltar a ser poetisa.
Chora meu espírito com medo de morrer nesta mediocridade.



Poema de abertura da revista eletronica R.I.P., edição 05.